#PlaylistDaSemana (especial de aniversário)

Olha só, com a mudança de dia, calhou que essa coluna caiu no meu aniversário! Tecnicamente, foi ontem, mas eu só não fechei o post porque foi um dia super corrido, então me permitam essa. Decidi fazer um especial só com músicas que são meus xodózinhos - o que obviamente fez eu rantear mais do que o costume, não estranhem o post um tantinho mais longo. Também tem alguns pedaços talvez pessoais demais, mas relevem, essa news constantemente é uma sessão de TMI, foquem em como essas músicas são ótimas porque isso eu garanto.

(também deixando avisado que meu conto tá de graça até dia 23, quem ainda não garantiu essa leitura, esta é a hora!)

1. Storytime (por Nightwish)

Eu tinha que começar com uma que expressa minha conexão com a escrita, convenhamos. Sou encantada por essa música desde o momento que ouvi, e, okay, isso não é bem novidade sendo Nightwish, mas Storytime realmente alcança um lugar pessoal e mágico meu. Essa música é uma exaltação à habilidade de criar, tão humana, tão inerente a quem é tocado pela arte, tão cheia de magia. Uma cor em meio à rotina, uma eternidade para mortais, algo que move e sempre moverá. Uma voz em meio ao nada, encontrar todo o encanto do universo em um simples floco de neve, se deixar levar. Às vezes, ainda penso em tatuar “i am the story that will read you real // eu sou a história que te tornará real”, porque é isto. Também penso muito sobre “i am the journey / i am the destination // eu sou a jornada / eu sou o destino final”, e como de fato arte é ambas - ao mesmo tempo um final e um caminho a ser trilhado e que te guiará até onde você deve chegar.

2. Lazy Afternoon Streets (por Project Destati)

Achou que eu não ia falar de Kingdom Hearts hoje? Achou errado! Uma parte minha gostaria de não, mas, sendo justa, essa saga sempre vai ter um significado afetivo na minha jornada e em quem eu sou, então não posso negar esse espaço. E já que é pra tocar no coração (piada não intencional), vamo na braba. Não a pior, porque sem condições de falar do tema da Xion em qualquer ocasião, mas uma que quase nunca ouço porque eu automaticamente paro tudo que to fazendo desde a primeira nota.

Já comentei por aqui que meu primeiro jogo de KH foi o II? Comecei a desbravar essa louca história pelo seu terceiro (em ordem de lançamento) ou sétimo (pela linha temporal da saga) jogo, e poderia apontar que não entendi muito, mas isso vale pra qualquer título pelo qual você começar (e ainda bem que comecei pelo II, é bem menos chato do que seus antecessores em lançamento). E nesse jogo você começa na pacata e aconchegante Twilight Town. Eu gosto muito de vários lugares de KH, mas TwiTown sempre me ganha. Considero meu lar, não só por esse elo de ter sido o primeiro terreno que “pisei” ao jogar (apesar de, claro, isso ter seu efeito), mas realmente tem uma energia que combina com a minha.

Se nostalgia fosse um lugar, seria essa cidade perpetuamente tocada pelo pôr do sol. Mas aquela nostalgia boa, sabe? Aquela tarde com amigos que você quer guardar pra sempre no coração, aquelas férias que você aproveitou bem e fica rebobinando na memória quando as aulas voltam. Isso é Twilight Town. E, portanto, claro que seu tema musical tinha que expressar isso também. Ela tem dois, Lazy Afternoons e The Afternoon Streets, com sutis diferenças entre um e outro (um toca quando você joga com o primeiro protagonista, o outro com o segundo, e combina bem o tom de cada um). Project Destati uniu ambos, um trabalho magistral como sempre (e que ainda deu alguns toques de outras soundtracks), e como eu não conseguia decidir qual trazer, recorri a essa - apesar de eu favorecer Lazy Afternoons porque, além do nome que combina mais com a vibe do lugar, ela atinge ainda mais a sensação de reconhecimento e nostalgia pura. Sempre sinto como se tivesse voltado pra casa com essa melodia, e sei que sentiria isso mesmo sem o apego advindo do meu histórico, porque foi pra esse sentimento que ela foi construída.

3. Addicted (por PIXY)

A ícone, a suprema, como que pode que ainda não apareceu nessa coluna? Você olha pra essa miniatura e já sabe que vai vir algo épico, e vem mesmo. Melhor title do Pixy até o momento, sem discussão (talvez encostada por Bewitched, mas acaba ganhando pelo mv).

Quando Addicted saiu, eu ainda apenas observava Pixy de longe - claro que acompanhava os lançamentos, porque, sabe, estrear com Wings não é pra qualquer um -, e foi totalmente o momento que pensei “oh, eu quero ser fã delas sim”. Ainda enrolei mais duas eras pra tomar vergonha na cara e de fato me tornar winxy (fazendo com que teoricamente eu nunca tenha vivido uma era onde uma das minhas bias estava)? Sim, e vergonha pra minha vaca. Mas voltando ao que importa, como que pode uma música dessa existir e não ser exaltada em tudo que é canto?? Se os fandoms de livro/filme dessem uma chance pra músicas fora do eixo do inglês, essa aqui seria prato cheio pra edits. Digo, é literalmente sobre se perder pra um poder que te corrompe cada vez mais, e você se viciou nisso. Dá pra encaixar em muito personagem.

“você colocou essa música aqui só porque é uma das suas tropes preferidas?” sim, obrigada por notar.

E os detalhes que vão construindo isso, sabe? O fato que os cenários são todos escuros e/ou de um vermelho intenso, todos urgentes, confusos, sem algo para guiar… exceto o da Dajeong, que pelo lore foi quem levou elas à perdição e as traiu para ser quem teria a maior recompensa. E ela inclusive permanece sorrindo o tempo todo, enquanto as demais são tomadas por raiva, confusão, e mesmo uma aceitação venenosa de quem já cometeu erros demais para não se entregar ao caos. E A COREOGRAFIA! Absolutamente apaixonada por ela. Os pequenos vislumbres que temos dela no mv já são fantásticos, mas ela merece muito ser apreciada por inteiro. Checa o vídeo de performance, e checa ela de outros ângulos também. Acho que é o vídeo de performance que mais assisti dos grupinhos que acompanho (Moon Palace deve estar alcançando, mas ainda não passou), porque única rota possível - com o perdão do trocadilho: viciante, apenas.

4. Lithium (por Evanescence)

Um pedaço meu pensa que talvez não deveria estar colocando uma música tão deprê nessa lista, mas acho que a primeira banda que chamei de preferida merece esse espacinho, né? E aí tive que colocar um dos principais motivos pra esse título - minha primeira música favorita deles, se a memória não falha.

Às vezes eu penso sobre como Evanescence ganhou esse lugar no meu coração porque pensei “finalmente alguém que não tá cantando sobre romance!!!” (mesmo que o que veio no lugar foi basicamente variados graus de depressão) e ainda assim levei décadas pra me entender como arromântica, sempre dou risadinhas. Outra risada que dou é como, quando encontrei essa música, ela me cativou porque eu ficava “mds ela é Totalmente Eu!!!”, e aí passou uns anos eu fiquei “mds como eu era emo e dramática, não é nada disso”… só pra passar mais uns anos e eu ficar “oh. na verdade, até que tem bastante coisa gritando aí- oh droga”. Enfim, independente dos tópicos a serem trabalhados na terapia, é um musicão, e ouço casualmente porque real adoro independente da ligação emocional (já cantei muito em karaokê também (saudades quando tinha um perto de casa!!)).

5. First Light of Dawn (por Handong)

Se eu não tivesse postado Deja Vu previamente viria ela, mas como já foi… ótimo momento pra exaltar o primeiro solo da Handong. Cogitei Polaris também, porque é a b-side delas que mais mexe comigo apesar de eu não entender completamente porque, mas, ai, esse solo… Precioso demais >:

Digo, foi o primeiro solo dela, então já começamos daí. E ainda foi lançado na época que ela tava afastada do grupo (e que eu obviamente sofri horrores e passei raiva horrores também com esses “fãs” que adoram fingir que essa menina não existe), então qualquer coisinha que saísse com ela era pra ser mais que devorado. E aí, ela não apenas entregou seu visual de deusa como sempre nas fotos de divulgação, como chegou com tudo com essa letra super emocional (e que foi ela mesma que escreveu, então mais um motivo pra eu ser derrubada). Chorei largado, nem vou mentir. Sou triste demais que essa não entrou pra spotify e afins pra eu sempre estar ouvindo, mas acho que de início eu sequer tinha estrutura pra sempre estar ouvindo.

A letra toda atinge de um jeito ou de outro, mas meu encanto tá muito no trecho final. Pela tradução que me alcançou, é algo como “nossa determinação é como a primeira luz da aurora”, e, além de ser poeticamente bonito, eu realmente adoro essa comparação. Adoro como fica um tom de que esse sentimento é resiliente, e vai sempre ressurgir não importa o que aconteça, tal qual o nascer do dia.

6. Goodbye to Alice (por Megpoid GUMI)

Adoro que o nome de Garnet veio inspirado de uma música de Vocaloid, e aí o nome da primeira personagem de Aquamarine que me apareceu também foi. Mas Arisu ni Sayonara/Goodbye to Alice foi um marco pra mim, não pude deixar de referenciar. Inclusive, já notaram o “Phantom Land” que vem no final dos e-mails? Beehiiv exige que coloque endereço na assinatura da news, e montei um cheio de pequenos detalhes de coisas que gosto, e essa achei que valia a menção - até porque existe um toque de meta nisso, mas chegaremos lá.

Não deve ser surpresa pra ninguém que eu me sentia facilmente conectada com músicas que falem sobre se negar a deixar a infância e que acham tudo uma chatice quando crescem. Sabem aquelas crianças que super queriam ser adultas? Nunca fui e nunca entendi quem era/é. Queria apenas seguir com minhas tardes de faz-de-conta, então claro que essa música coube certinha em mim quando a encontrei dez anos atrás. Inclusive, sempre adorei a parte que chega no título e explica o fim da infância como “não posso mais sujar meu vestido, terei que dar adeus a brincar com o coelho branco”, porque acho uma metáfora bem condizente de como eu enxergava a vida adulta: algo cheio de regrinhas despropositadas que te tiram dos momentos de diversão. Eu tenho uma visão menos pessimista hoje em dia, antes que se preocupem, mas ainda gosto muito dessa música. E não se apaga um apego de alguém que chegou a transcrever a letra inteira (tanto a versão romanizada quanto a tradução) numa folha do caderno de tanto que adorava ela.

Ah, e sobre “phantom land”: é assim que a eu-lírico designa o mundo de fantasia dela, e por um tempo até usei esse termo pra mundos originais da minha escrita. Sempre adorei fazer referências escondidas, é uma arte. E achei engraçado revisitar a música agora e ver que na primeira menção ela comenta que é “um sonho dentro de um sonho”, porque eita frase que reapareceu várias vezes pra mim desde então…

7. Pulse (por Dearlie)

Ah, Dearlie, minha nene. Faz algum tempinho que não checo se ela lançou mais coisa, mas tenho várias músicas dela salvas, porque me batem com gosto. Descobri ela com For Me, hino da comunidade assexual, então foi fácil me apegar. Mas aí eu fui checar alguns outros trabalhos dela e me encantei de cara?? Aliás, ela disponibilizava os álbuns pra baixar de graça, então ajudou ainda mais a eu sempre estar consumindo suas músicas. Pensei em colocar Walking on Glass aqui, ou Real Fight porque tá próxima de várias emoções da semana, mas vamos com Pulse em uma perspectiva otimista. Quem sabe esse é o ano que sinto essa música como minha? (já sinto que to perto, e isso já me deixa muito feliz de constatar)

Boa parte das músicas dela (se não todas) são bem intimistas, cruas de tanto sentimento, e acho de uma coragem sem igual. E Pulse é se orgulhar disso, se orgulhar de ter traçado uma rota seguindo seu coração, e ser feliz se dando conta que se encontrou no caminho. Houve dúvidas, e ainda há, mas é bom estar aqui e isso é uma certeza. Já houve momentos em que tentou ser outra pessoa, de outro jeito, e isso apenas a sufocava, então agora é olhar para esse tempo e pensar como tá bem melhor longe disso. É estar confortável com quem é, e acreditar que isso vai saber te guiar. Uma das minhas principais metas, sem dúvida.

8. Inception (por ATEEZ)

Depois de certas reflexões, uma parte minha acredita que Eternal Sunshine conseguiu um espaço como minha title preferida de Ateez, mas definitivamente não destronou essa. Ainda espero que eles me deem uma irmã dessa algum dia, pra ser sincera.

Eu provavelmente já devo ter comentado em algum post dessa coluna, mas se tem algo que me pega numa música de cara e faz ela nunca sair da playlist é soar como se você estivesse dentro de um sonho. Tudo que tem uma vibe dreamy toca nas sinapses certas do meu cérebro, e essa aqui, como seu próprio nome indica (sim, é baseado naquele filme da galera que consegue entrar no sonho de outras pessoas), vai direto nisso. Esse instrumental!! É criminoso que eles nunca liberam instrumentais!! Mas talvez seja pelo meu próprio bem, sinto que cometeria crimes se ouvisse essa melodia pura. Ou usaria 100% do meu cérebro. Who knows. Só sei que queria viver ali, me deixar afundar nesse sonho que nunca acaba, e você quer que nunca acabe, que nunca te deixe, porque tudo mudou depois do toque dele.

E oh, a letra. Um dos meus maiores pet peeves nesse fandom é como 90% das pessoas interpretam essa como romântica, fico apenas # gente busquem terapia (imagina ouvir “todo dia e toda noite eu vou estar a sua procura” e pensar “uau! romântico! goals de namoro!”, por favor TERAPIA antes que você se jogue num relacionamento nada saudável). O “I’m in love” sendo repetido pela música toda engana, só que ele não é sobre uma pessoa em si, mas sobre a sensação de encantamento, de “oh, sim, é isso”. Aquele momento que você encontra algo - que pode ser trazido por alguém, sim, mas não é a pessoa o ponto - que muda toda a rota da sua vida, porque é o que você sempre procurou… e te escapa. Você desesperadamente busca essa conexão de novo, puxar esse momento de volta para seus dias, mas sempre escapa, mesmo que continue sempre lá. Lembram quando eu disse que essa era a trilha sonora perfeita pra mulberry down!!? Pois é.

Quero que vocês entendam que, quando chamo ela de minha title preferida, não quero dizer que ela é a melhor que eles já fizeram - até porque, é Ateez, musicão atrás de musicão atrás de musicão. Mas essa (como EtSun, apenas de maneiras diferentes) foi costurada pra mim, batendo em pontos precisos que mexem comigo. De maneira quase irônica, foi exatamente assim que ela me prendeu no loop de estar sempre à procura de outra que me dê essa mesma sensação.

Já deu um textão, mas deixa eu comentar mais um pouquinho pra falar dos stages. A miniatura focando no San é justa demais pensando nas apresentações, namoral. Aquele dia que ele chorou no meio da dança e todo mundo tava preocupado, mas é por que ele tava tão imerso na emoção que queria passar que chegou nesse nível? E o fato que o trecho sobre continuar preso em sonho foi representado por ele como tristeza nas primeiras vezes, pra gradualmente se tornar raiva? Ícone. Perfeito. Sabe outro ícone? A parte solo do Yeosang (inclusive ele que abre a música, já dizia que ia ser uma Arte). E sabe mais um? (por favor, quem tá aqui a mais tempo finja surpresa) Hongjoong. Já comecemos que foi a primeira era do cabelo azul dele né, por si só isso já bastava pra mudar vidas, mas aí também marcou o início de ele aparecer nos stages de saia. Okay, podem argumentar que de início nem era uma completa, mas já mais que bastou pra alterar a química do meu cérebro pra sempre - e de muitos atinys também, sem exagero. Num geral, eu curti bastante o estilo dessa era, e essa data aqui acho que tá marcada na mente do fandom inteiro.

9. Anacrônico (por Pitty)

O fato que tenho o cd da versão ao vivo do álbum dessa (inclusive de mesmo nome) e ouvi tantas vezes que até hoje sei a ordem das faixas e cada comentário extra com a plateia. Fui um pouco viciada, pois é. As que eu mais curtia eram Na Sua Estante e Semana Que Vem, além de Pulsos e Déja Vu já terem me acompanhado em várias crises, mas decidi colocar essa porque… não sei bem? Foi meio aleatório, mas acho que é um bom exemplo de música que cresce com o tempo. Digo, ela sempre foi ótima, mas foi revisitar uns anos depois que me deixou meio “nossa, era boa essa, né? devia ouvir mais”. E confesso que uma vez visualizei a abertura da série de Garnet com essa? Decolonial, devia investir nessa ideia. Às vezes penso em como comprei esse cd quase por acaso, porque eu lembrava sobre ter ouvido Admirável Chip Novo e curtir… mas que bom que peguei, as músicas da Pitty encaixaram e encaixam muito bem na minha playlist - até hoje encaixam, mesmo que eu seja uma ouvinte bem relapsa quando se trata de seus lançamentos.

10. Requiem for a Dream Theme (Lux Aeterna) (por Taylor Davis)

Quase joguei Elements aqui, até porque tava na nostalgia ouvindo o cover icônico de Radioactive com Pentatonix, mas acho que o lugar de instrumental-de-canal-de-cover-de-violino-que-ouço-há-anos merece ser da Tay. E, tão logo eu pensei nisso, essa foi a primeira que apareceu na minha mente. Começamos falando de escrita, então vamos fechar com uma que me fez parir o melhor prólogo que já fiz até o momento (e que infelizmente ainda tá na gaveta, mas # algum dia).

Inclusive, eu quase nunca ouço ela, justamente porque essa música me preenche com uma energia tão intensa que eu gosto de reservar para momentos especiais - e quem sabe me inspirar daquele jeito de novo. Uma vez começou a tocar na tv e quase fiquei doida, mas enfim. Aliás, vem de um filme, né? Até tenho curiosidade de ver só pra ver o encaixe da música nele, porque, nossa, o tanto de emoção e intensidade destilada aqui, deve vir de algo bom. Ela tem uma versão em álbum um tantinho diferente, com um início mais explosivo, mas bate do mesmo jeito.

11. Hold the Girl (por Rina Sawayama)

Foi meu aniversário, vai, deixa eu adicionar mais uma de bônus. Talvez eu deveria só ter substituído, mas não queria tirar nenhuma das que já estavam aí, mas ao mesmo tempo essa aqui merece tanto um espacinho… então vou usar essa cartada, não reclamem da aniversariante!!

Até porque, fui lembrada sobre ela meio que por isso, meio que por acaso (destino), então acho que tem que ser. Tava ouvindo Pulse na virada (eu me importo com que música entro meu niver ouvindo, sou supersticiosa com isso), e, enquanto olhava nos recomendados, essa apareceu. Foi tão do nada?? Não são de artistas similares, nem da mesma época, e eu nem tava logada numa conta que já ouvi músicas da Rina?? Mas ao mesmo tempo combinou tanto, e totalmente pensei “é, essa é uma baita música pra entrada de ano e viradas de ciclo”, então fui ouvir. E aí tive que trazer pra cá, porque todo mundo devia se deparar com essa música ao menos uma vez e ter sua alma tocada pela energia dela.

Rina, meu anjo, quem te deu o direito de mandar “moving on, maybe i never will / 'cause i left you spinning on the carousel // seguindo em frente, talvez eu nunca siga / porque eu te deixei [minha eu mais nova] rodando no carrossel” no meio da minha cara? Mas que bom que fez. Jesus, que pancada essa música toda, voadora com os dois pés mesmo, mas é um abraço também. É algo pra ser gritado, porque vem de tudo que tá gritando dentro de você, mas faz muito tempo que você não ouve. Ela dói e conforta ao mesmo tempo, a cada segundo, a cada passo, uma repreensão e um convite. É desespero, é ternura. É crescer e detestar tudo que te cerca, e de repente entender que você já sabia muito bem quem era quando mais jovem - as respostas sempre estiveram lá dentro, mesmo que bem fundo, mesmo que sem que você percebesse, e é importante se segurar a isso. Não sei ouvir essa sem chorar de soluçar desde que reparei na letra, porque conversa muito com um bocado de coisa que venho me dando conta ultimamente. Conversa muito com como to tentando me reencontrar depois de tantos anos lutando contra mim mesma, e como eu to encontrando alegria em ser eu - algo totalmente impensável há poucos anos. É definitivamente uma boa música pra entrar em uma idade nova.

E definitivamente uma boa música pra fechar esse post (se você ainda não fez essa jornada, faça!! sempre é tempo de se reencontrar!!).

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