#PlaylistDaSemana (03/08)

Descobertas da Semana

1. Tides of Time - Vocal Cover (por Ana Paes)

Olha, nem sei direito como essa conseguiu entrar nos meus recomendados, pelo visto o canal é bem recente? Talvez pela localização de ser brasileira também, e eu totalmente tenho ouvido Epica e Within Temptation (porque também tem covers deles, cheguei a checar o de Frozen, muito bom gosto essa moça), mas, independente do motivo, feliz que tenha vindo, ela canta muito bem! Confesso que, apesar de amar muito essa música, eu cliquei mais pela curiosidade se ela ia sustentar o vocal dessa. Fiquei me perguntando se ela ia baixar um pouco o tom, mas nem! Ela levou a música toda lindamente (só acho que às vezes o instrumental abafava isso por estar mais alto que a voz, mas dá pra apreciar sem problemas).

E ai, essa música. É uma das primeiras da lista de temas de Aquamarine, segundo livro da saga atariana, então sem condições pro meu emocional. Pra entrar na lista “oficial” (porque tem a de inspiração também), a letra tem que bater uns 70% pelo menos, mas essa aqui?? Uns 95% tranquilo. Bate certinho com o enredo principal desse livro, não posso nem comentar sem sair altos spoilers. Apenas… leiam com muito carinho a tradução dela. E se preparem pra quando vocês entenderem o que cada verso traduz dessa história.

2. Greatest Changes (por Eliott Tordo Erhu Player)

Esse canal quase veio pra cá com Big Fish and Begonia no último post, porque definitivamente tenho ouvido pacas desde que encontrei (inclusive certeza que já ouvi essa música antes mas não lembro em que ocasião, que nervoso), mas obviamente tava com espaço apertado devido a passar um semestre sem nenhum post né. Mas, bem, como sigo ouvindo, claro que vez ou outra indica algum outro cover dele, e pode acontecer de eu clicar. Quase foi Hisui que enquadrou esse post, mas aí vi esse. E… não dá pra resistir a TLOK sendo eu.

Pra falar a verdade, também foi a felicidade de ver um cover desse show, ainda mais recente (porque se fosse antigo dava pra dizer que foi na época pra se colocar em algo que tem sido falado, não julgo ninguém que aproveita a onda do momento pra ver se o algoritmo ajuda). Bom saber que ainda tem uma galera que guarda as memórias dessa época com carinho, sabe? Por mais que tenha seus erros e que muita gente faz questão de só olhar pra eles, esse ainda é o show que salvou minha vida. A cena dessa soundtrack inclusive? Até hoje me recito “quando atingimos nosso ponto mais baixo, estamos abertos à mais grandiosa mudança” em momentos de caos. Adorei a reverência que o vídeo traz a essa faixa também, o ambiente absolutamente deslumbrante, e traz todo o peso que ela carrega.

3. Cry (por GARNiDELiA)

Descobrindo que é a primeira vez que Garnidelia aparece por aqui? Não posso dizer que esperava, mas não é exatamente surpresa, porque é meio aleatório quando ela toca ou não nas minhas playlists. Tenho poucas músicas salvas, mas curto as que tenho! Meu primeiro contato foi com Yakusoku e amo essa até hoje, e ultimamente estive viciadinha em Désir, e essa última me fez parar e dar uma checada no clipe em vez de só ouvir a música. O vídeo da que acabou aqui é relativamente simples, alternando entre o quarto dela, esse ambiente da miniatura onde vários fios a prendem e uma sala neutra (mas ainda com os mesmos fios embaraçados) com o pianista da dupla. Achei sensa o detalhe de atar também quem não está cantando ao que acontece, inclusive conforme o vídeo progride e vemos um líquido negro permear cada ação dela, o mesmo acontece no piano, dando um tom mais forte pro emocional da música - cuja letra é basicamente uma dúvida constante de se um relacionamento é bom ou ruim, se quer fugir ou permanecer, se é esperança ou conflito.

4. Ruthlessness (EPIC: The Musical) female ver. (por annapantsu feat. chloebreez)

Assim que vi essa miniatura, parei tudo que tava fazendo e fui ver. Um cover da Anna já é uma garantia de perfeição, e aí ESSA imagem?? Chamou minha alma. Inclusive tinha sido postado há menos de dez minutos quando cliquei, deve ser meu recorde pessoal se descontar comebacks que sei o horário e to com expectativa de ver.

Mas okay, contexto antes (apesar que eu não tinha completo tirando o tantinho de conhecimento de mitologia grega que tenho como gay, escritora de fic e fã de Percy Jackson e 100% aproveitei). Epic é uma adaptação musical da conhecida história da Odisseia (não sei até que ponto diverge, mas o próprio site oficial chama de “loose adaptation”, então é isto), com direito a orquestra e instrumentos específicos sendo designados para cada deus/personagem. Super quero checar mais coisa dele qualquer dia desses, deve ter umas muito usáveis pra escrever. Enfim, essa aqui é o momento onde Poseidon confronta Odisseu/Ulisses pelo mal que fez ao ciclope, seu filho.

Olha, não vou mentir. Sei que vocês vão considerar minha opinião biased (e talvez seja, literalmente abre com o barulho de ondas, claro que eu tava no céu já), mas to apaixonada por essa música desde a primeira nota do instrumental. O poder que ecoa em cada nota genuinamente vai cantando pra minha alma, dá pra sentir nos ossos, e amo cada segundo. A água é cura, é calmaria, é vida, mas é também uma força da natureza que não pode ser parada quando confrontada, e esses versos estão aqui pra lembrar isso. Você não quer irritar o senhor dos mares, porque você não vai sair bem disso.

Inclusive, achei muito interessante como Poseidon traz o diálogo que misericórdia pode ser uma falha, ou pelo menos quando ela vem sem a devida reflexão do que realmente significa uma decisão. Quando Odisseu escolhe não matar o ciclope porque não matar é o certo em sua mente, ele o condena a uma vida de dor e sofrimento, então seria isso realmente uma boa ação? (e piora por como, quando tem a chance de pedir desculpas, ele não pede, apenas apresenta suas explicações de porque estava certo) Também adorei a detonada com "you are the worst kind of good / 'cause you're not even great // você é o pior tipo de bom / porque nem chega perto de ótimo", confesso que dei uma risada. E genuinamente tava arrepiada da primeira vez que ouvi o refrão (ainda fico, mesmo já tendo ouvido umas duzentas vezes desde então).

Mas acho que o que gostei mais é a pequena mudança que Anna fez do original - talvez só por conta de ser um cover e não um ato que exige continuidade, mas talvez pela intenção de deixar a impressão que fiquei vendo sem saber. Na versão original, no finalzinho, Odisseu escapa, surpreendendo Poseidon que estava com a plena intenção de matá-lo ali mesmo. No cover, porém, a canção cessa com Odisseu e uma pequena fração de sua frota ainda vivos, e tudo soa como se Poseidon tivesse planejado isso. A punição de Odisseu será ver sua misericórdia aplicada a ele mesmo, obrigá-lo a levar a culpa de saber todas as mortes que ele poderia ter evitado (intensificado por como há um coro clamando pela ajuda de seu capitão na sequência onde as ondas avançam), uma lembrança perpétua como o verso final ecoa.

(e, ai, o contraste entre o momento de destruição, o desespero dos coros, e a tranquilidade que a música assume logo após, apenas um suave som de ondas quebrando com a divindade sutilmente sorrindo e deixando seu último recado… a dualidade da água ninguém bate, não tem como)

5. Last Night (por Jeonghan & Wonwoo)

Cambs está numa belíssima fase carat (como é chamado quem é fã de Seventeen, de onde vem essa subunit), e minha playlist e nossas conversas só tem a ganhar com isso. Se a news tivesse voltado umas semaninhas antes dava pra ter entrado Spell, um ícone que super te enfeitiça, mas no momento vamos de novo vício. Também recomendo uma checada na aparição deles no First Take, a versão acústica ficou ótima.

Ai que música gostosinha, namoral - e gruda na sua mente sem você perceber, eu não achei que tivesse gravado até me pegar cantarolando o refrão durante o dia. Mas o que realmente me capturou foi o mv, simplesmente to apaixonada na vibe dele e sua história. Já dá pra entender o básico dela só vendo e lendo a letra, mas checar alguns comentários ajudou a esclarecer as lacunas que fiquei (inclusive descobri que postaram um audiobook falando mais do conceito e detalhes espalhados no vídeo? achei uma ideia maravilhosa, por favor demais grupos façam também). Basicamente, ambos tem o poder de fazer outres dormirem e entrar em sonhos, e um deles está usando isso para reconstruir a memória de alguém que já não está mais em sua vida - o que mais nitidamente lembra sobre essa pessoa é compartilharem o café da manhã, e por isso ele se mantém preso nesse momento -, e portanto o outro está tentando resgatá-lo e fazê-lo seguir com a vida. Adorei o cuidado aos detalhes, como o relógio de quem está nessa busca nunca progredindo até ele acordar, e o suco de limão sendo uma âncora para sabermos que está no mundo real, e também achei uma graça o momento que entra um desenho/animação na sequência, encaixou muito bem. Enfim, apenas vivendo nesse mv.

6. Dragon Roost Island (Zelda Wind Waker) Violin Cover (por Taylor Davis)

Se eu disser que cliquei nesse sem querer, cês acreditam? Apareceu nos relacionados de algum que eu tava vendo mas eu não li direito o título, só registrei a miniatura e achei que era um cover que eu já tinha ouvido (porque definitivamente já vi vídeos dela numa praia/ilha), aí quando começou a tocar eu assim “?? ué??”. Mas não é como se desse pra reclamar de qualquer cover que a Tay faz, posso clicar no aleatório assim e sei que vou sair satisfeita - e sempre tão linda com esse sorrisão, né? nunca me canso de admirar a energia de quem tá fazendo o que ama. E a música em questão também mó boa, me deu uma sensação de mar - não tanto o elemento em si, mas o movimento de ida e volta - e desbravar um caminho por meio dele. Faz sentido considerando que esse jogo passa uma boa parte fazendo isso, mas nem tenho experiência com esse título pra dizer que a impressão ficou, então simplesmente é a equipe de soundtrack fazendo bem seu dever de casa.

7. Utopia (por Bubble)

Surpreendentemente, a mais recente tarde com minha irmã não rendeu muitas músicas novas (porque a gente tava ocupada apanhando de Overcooked, joguinho dos infernos que com certeza jogarei de novo). Mas ela não deixou de me mostrar o comeback de XG (to apaixonada na estilização das meninas, nem lembro a música direito porque tava concentrada nos acessórios e nas maquiagens) e depois fomos pra aqueles joguinhos de save one, drop one/two. Chegamos em um que teve o round de músicas chamadas Utopia, tendo a de Ateez (que claro que foi minha escolha, superiora sim), a de Forestella (surpresa de ver essa opção num joguinho desse??) e essa aqui, e ficamos curiosas porque totalmente nunca tínhamos ouvido falar dessa. É primeiro e único até agora comeback de um grupo mantido com orçamento de um sonho e uma coxinha, e talvez com autotune demais, mas eu curti a musicalidade e os outfits, as meninas são uma graça também.

Mais Tocadas

1. Blind (por ATEEZ)

Eu sei que vocês sentiram falta de Ateez no último post. Eu também, mas sabia que dava pra abrir espaço pra outras músicas que talvez não tivessem muita chance de voltar, porque Ateez sempre tá tocando por aqui. Talvez a única surpresa seja não ter vindo Empty Box, mas eles meio que me atingiram muito pessoalmente nessa então eu não colocaria na minha playlist casual, então, assim, é preferida do álbum? É. Vou ouvir de novo? Não (algum dia, quem sabe).

Pra quem não convive comigo e não teve que me ouvir cantarolando/assobiando o clarinete do início toda vez que ia trabalhar, eles tiveram seu comeback mais recente com Work. O mv é divertidíssimo, e tem até uma pontinha da nossa bandeira (afinal, por mais que a KQ e a gringaiada faça questão de esquecer, nosso show tá no coração deles tanto quanto no nosso <3), mas foi essa que conquistou um espaço nas mais repetidas. Amo quando eles lembram que são latinos (meia piada, mas só meia mesmo), já tinham feito isso com Arriba, e essa aqui veio direto de um encerramento de Avenida Brasil. Hongjoong chamando pra dançar no meio dela é simplesmente perfeito, porque é isso mesmo que dá vontade de fazer quando essa toca. É uma música vibrante de energia, não tem como não se deixar contaminar por ela.

2. Rivers in the Desert (por Lollia)

Faz um bom tempo que spotify fez essa música cruzar meu caminho (e inclusive só to descobrindo agora que era cover, pra mim era a original), e salvei não só pela energia épica, mas também encaixou como tema de Quartz, último livro da saga atariana. De lá pra cá, o processo de reescrita e minha melhor maturidade como escritora alterou uma considerável parte de acontecimentos dessa história, então tá em aberto o quanto ainda combina ou não, mas acho que sempre vou associar pelo tempo que passei com isso em mente… e a vibe de alguém que tá em sua última aposta mas encara isso com determinação e coragem ainda combina, sendo sincera.

Aumenta o som porque essa aqui é pra se ouvir com o volume lá em cima. Ela é urgente e decidida, sabe muito bem a situação caótica que tá mas enxergou sua chance de escapar e não vai perdê-la. Até tem um pouco de dúvida no início, talvez nervosismo por entender a responsabilidade nessa jogada, mas quem canta se refugia na certeza de que isso precisa ser feito para um bem maior, então será - porque essa é sua missão, como afirma no verso que dá título à música, então estará cumprida. Vi um comentário dizendo que gosta especificamente desse cover porque Lollia consegue trazer a ferocidade que essa canção pede, e acho que é uma palavra ótima para descrevê-la. A versão que atualmente tá disponível no spotify tem o instrumental um tantinho diferente, mas ainda é muito boa, com vocal impecável e a mesma vibe.

3. For The Princess (por Patrick Doyle)

Acho que uma das maiores surpresas sobre mim é que meu filme preferido não é uma animação. De longe é meu tipo preferido de filme, tendo a me animar muito mais pra um desenho do que pra live action, e sem dúvida várias de suas histórias estão entre minhas preferidas, mas o título que atualmente leva a coroa é Uma Dobra no Tempo, e antes dele foi A Princesinha. Faz muito tempo que não vejo este, confesso (até porque morro de medo de rever com a consciência que tenho hoje em dia e captar alguma coisa que destrua o encanto), mas vi todas as vezes que passou na sessão da tarde quando criança e tenho o dvd também. Gosto muito de lembrar que a protagonista é literalmente escritora de fic (ela muda o final do livro que a turma lia porque não estava gostando dele (e tava muito certa de fazer isso)), olha a influência com qual cresci!

Enfim, algo que sempre me marcou nesse filme foi sua trilha sonora - especialmente como cada instrumental de alguma maneira ecoa a música principal, adaptando-a para a emoção condizente de cada cena, acho mágico fazerem isso. A minha faixa preferida provavelmente é Knowing You By Heart (até por associá-la com uma cena central da minha primeira fic), mas essa também foi pra lista de músicas salvas. Não sei bem porque, mas ela tocou muito na minha mente semana passada, mas gostei de parar e reouvi-la. Deu vontade de reouvir o álbum todo, sendo sincera. É curta, mas já passa sua mensagem de emoção e reverência, e também sempre senti uma ponta de tristeza nela? Não lembro exatamente em qual cena do filme toca, precisaria checar para conferir se tá batendo com a fonte ou foi algo que adicionei com os anos.

4. Burning in the Skies (por Linkin Park)

Linkin Park é uma presença constante na minha playlist (especialmente os álbuns mais antigos), não só por ser do tipo de música que gosto e ter um número considerável de letras que me acompanha/acompanhou pessoalmente, mas é uma companhia ótima pra escrever. Tem um bom número de faixas dessa banda nas listas oficiais de soundtrack de histórias minhas, e essa tá inclusa (suspeito que passei a escutá-la com mais frequência anos atrás justamente por isso, e acabei me acostumando a esbarrar nela vez ou outra).

Seguindo o mood atariano, essa narra a história de dois irmãos de lá - que não revelarei nomes devido a spoiler pra quem ainda não tenha lido mas todo mundo que leu mata de cara quem é considerando o tom de culpa do eu-lírico -, e já dá pra saber que não é um passado muito feliz logo de cara com "the blood of innocence burning in the skies / i filled my cup with the rising of the sea / and poured it out in an ocean of debris // o sangue da inocência queimando nos céus / eu encho meu copo com a subida da maré / e o derramo em um oceano de destroços". Acontece bastante infelizmente, desculpa @ filhos. Acho que um trunfo incrível dessa música é como ela consegue ser um meio termo ótimo entre uma sonoridade agitada e um tom melancólico, o que também ajudou a colocá-la nessa soundtrack.

5. No Choir (por Florence + the Machine)

Confessando algo que talvez não esperem de mim: detestei essa música da primeira vez que ouvi. Não que ela não seja boa, não seja super no estilo característico da Florence que amo, mas os versos principais dela me angustiavam demais pra deixá-la tocar de novo (também não ajuda muito como ela literalmente começa dizendo que felicidade é algo difícil de encontrar). Ela afirmando de novo e de novo que tudo seria completamente esquecido, mesmo momentos felizes? Horrível. Nada me apavora mais do que a perspectiva de total esquecimento - de pessoas, de coisas, tudo. Vocês nunca vão me ver deletando algo que escrevi por mais que ache péssimo por causa disso, as vezes que celular ou computador deram pane e não pude salvar arquivos me deixaram extremamente mal por causa disso, me apavora a perspectiva de alagamento ou incêndio em casa nem tanto por perder móveis, mas por saber que eu provavelmente não conseguiria pegar todos os cadernos e pequenos objetos que guardam pedaços da minha história (inclusive to até hoje de luto por ter perdido meus cards de pokémon em 2020, alguns deles tavam comigo desde a sexta série!! tem noção de quantas memórias tinha ali!!).

Mas, por si só, a música é ótima, e como sempre ouço essa artista/esse álbum, vez ou outra ela voltava pro meu radar. E, depois de um tempo e de certas porradas da vida, eu passei a apreciar certas partes dela. Em si, seu cerne é sobre como muitas vezes a felicidade se esconde em momentos que passam batido, que uma multidão esquecerá, julgará como pouca coisa (como uma grande apreciadora de slice of life e momentos calmos ou “em que nada acontece” de narrativas, e vendo a reação geral sobre estes, entendo bem esse pensamento). Talvez não haverá mesmo grandes canções feitas sobre duas pessoas sentadas fazendo nada, mas há felicidade ali.

O que realmente fez a chave girar pra mim, contudo, foi sentir os versos "and if tomorrow it's all over / at least we had it for a moment / oh, darling, things seem so unstable / but for a moment we were able to be still // e se amanhã tudo isso acabar / ao menos o tivemos por um momento / ó, queride, tudo parece tão instável / mas por um momento pudemos permanecer quietos". Às vezes, partes da nossa vida tem que acabar - ou talvez não tivessem que, mas ainda assim acabam, porque é a vida. E nesse mundo tão caótico, tão infinito e vasto, já não é incrível por si só que tivemos esse momento, mesmo que ele não seja eterno? Talvez nunca conseguiremos voltar a ele, mas já é bom por ter acontecido. Já é bom que pudemos sentar e "fazer nada", mesmo que isso não seja mais possível algum dia - portanto, se nos negarmos a permitir esses momentos por saber que um dia podem acabar, nos negaremos a felicidade deles também.

6. Annihilate (por Metro Boomin, Swae Lee, Lil Wayne & Offset)

Cês lembram aquele cover dessa com oboé e violino? Então, na news até falei mais suave, dizendo que tinha preferido o cover à original, mas a verdade é que nem gostar da original eu gostava. Acho que ouvi uma vez quando ouvi o álbum todo e foi isso, nem olhei de novo. Mas, porém, entretanto, todavia… eu curti tanto esse cover que acabei curtindo os versos que estavam ali. E aí fui dar uma segunda chance pra ela, e agora curto pacas - ainda não mais que o cover, mas definitivamente bastante. Muitos dias total no casual você passa por mim e eu to cantarolando o “annihilate, i’m wide awake, be very afraid // aniquilar, estou completamente desperte, tenha muito medo”, adoro quão melódico é. Acho que tem uma boa vibe pra escrever coisa de herói também (o que não estou fazendo, mas me peguei querendo uma considerável parte dos últimos meses).

7. Butterfly Effect (por ARTMS)

Lollia, Florence e ARTMS a ponto de ganhar música no Fantástico (não, pera). Mas enfim, sabe quando falei no último post que o álbum de debut delas é ótimo, literalmente meu tipo de musicalidade em maioria, mas a falta de variedade me deixou meio incomodada? Butterfly Effect foi quem levou a pior nisso, porque é a penúltima música - e, a esse ponto, a leve irritação já tinha virado cansaço, então nem dei muita bola pra coitada. Mas salvei porque pensei “sei que essa é meu estilo, quando ouvir individualmente vou gostar pacas”. E não deu outra! Foi ela cair na minha playlist casual umas semanas depois que fiquei “MDS QUE MÚSICA PERFEITA????”.

Ela começa e você já tá flutuando na vastidão do espaço. Com esse título também, já tava sinalizando ser candidata à fave do álbum (e por agora deve estar em segundo lugar mesmo, só não desbancou Hitchhiker). Ai, e é tão gracinha como usam o conceito de um pequeno bater de asas leva a um furacão como metáfora sobre o caminho delas, realmente o que é Loona se não uma pequena borboleta que tomou essa dimensão toda? Também fiquei emotiva com "a lua de papel rasgada / foi arrastada para longe demais, não posso alcançar / tudo está bem agora / eu me torno asas e alço voo" e "cheio de novidade, ao fim de uma longa jornada / acho que te alcancei, sonho meu", confesso, soa muito como o período antes de redebutar e a volta delas. Elas merecem demais esse voo novo, affs.

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